sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Artigo: Porque você não deve fazer Slow-Play (Daniel Skolovy)

Porque você não deve fazer Slow-Play (Daniel Skolovy)



 Se o seu objetivo é conseguir o máximo de dinheiro no pote, o slow-play é contra-producente.

O objeto do poker é ganhar o máximo de dinheiro. É isso aí – essa é a sua meta.

É por isso que você está jogando poker e não bolinha de gude.

Em outras palavras, todas as estratégias que você utiliza são apenas um meio para um fim: o dinheiro. À luz disso, um dos erros que eu vejo a maioria dos novatos fazerem é praticar slow-play. Ou utilizarem o slow-play demais.

O slow-play, em grande parte, é contraproducente. Se a sua meta é conseguir o máximo de dinheiro no pote, como você vai fazer isso passando? Você constrói potes apostando suas melhores mãos, e não por se espreitar no mato com elas.

Aqui está um exemplo de seu slow-play normal:

Stacks efetivos $200; blinds $1/$2. Você recebe 6 6 no botão. Um jogador em posição inicial aumenta $6 e você paga.

O flop trás 3 6♠ A. Seu oponente aposta $10.  Você paga. O turn é a T.

Seu oponente aposta $18 e você somente paga. O river é o 7. Seu oponente passa e você aposta $35. Seu adversário paga. Você mostra sua trinca de seis e ele esconde seu A♠K. Você colhe um pote de $138.

Certo, então você ganhou um pote de $138. Você pode estar dando tapinha nas próprias costas dizendo: "Boa jogada." Esta não é uma boa jogada. Sério.

Quando você acerta no flop uma grande mão como uma trinca, o que mais quer é jogar por todo o stack. Isto é o que você está esperando, após foldar mãos como 62of e 59of o dia todo. Portanto, agora que você finalmente acertou a sua mão-monstro, quer desperdiçá-la tentando fazer slow-play? Este tipo de estratégia é apenas equivocada.

Grandes mãos querem grandes potes

Quando você acerta uma mão-monstro no flop, você quer ganhar todo o stack do seu oponente. É muito difícil ganhar o stack de alguém por slow-play.

Por quê? Quando você faz slow-play, costuma encontrar-se com um pote pequeno.  Sua meta de obter um stack inteiro quando o pote é pequeno torna-se muito difícil, Você não pode exatamente apostar $200 em um pote de $4, ou pode?

Se você construir o pote em todo o caminho, ele será grande o suficiente no final que você pode confortavelmente apostar todas as suas fichas.

A mão do exemplo anterior foi bem jogada pelo nosso vilão. Ele jogou como a maioria dos vilões seria nesta situação. Ele apostou em duas streets contra você e quando você pagou várias vezes, ele foi com uma abordagem conservadora para o river. Ele passa e depois paga a aposta no river.

Ele fez isto para evitar ser aumentado em sua aposta (que é o que você teria feito). Nesta situação é muito difícil de pagar após ter sido pago em duas streets. Se você tivesse aumentado no flop, então ele provavelmente teria que pagar com seu top pair e topkicker, construindo assim um pote ainda maior.

 Vejamos um exemplo em que não há slow-play:

Stacks efetivos $200; blinds $1/$2. Você recebe 6 6 no cut-off. Um jogador em posição inicial aumenta para $6. Todos foldam até você; você paga.

O botão e os blinds foldam e você vai para um flop head-ups de 3 6♠ A. Seu oponente aposta $10. Optando contra o slow-play, você aumenta no flop para $45. Seu adversário paga.

O turn trás T. Seu oponente passa. Existe agora $102 no pote e um pouco menos de $150 no seu stack. Você aposta $70.

Seu adversário pensa e paga. O river trás 7. Seu oponente passa e você aposta seus restantes U$80. Seu adversário paga e mostra A♠ K. Sua trinca de seis leva o pote de $400.

Ao construir o pote por todo o caminho, tornou-se fácil colocar todas as suas fichas em jogo. Quando o pote é grande, ele também dá odds incorretas para seu oponente. Ele pode ter sentido no river que estava comprometido uma vez que já tinha 60% da sua stack em jogo e o pote está oferecendo 4-1 para pagar, o que torna extremamente difícil de foldar.

Ainda assim, tem que haver momentos em que o slow-play é correto.

Sim, você está certo. No pôquer, uma estratégia nunca é SEMPRE a correta. Você precisa levar em consideração a dinâmica da mesa, própria imagem, as tendências de seus oponentes, etc, antes de decidir como agir.

Eu não estou defendendo nunca fazer slow-play. Eu só estou encorajando você a usá-lo com moderação.

Uma situação em que o slow-play é correto é contra jogadores ultra-agressivos, que você conhece que tem histórico de apostar forte com mãos fracas nas três streets e que continuará sua agressão, até que sejam agredidos. Nesse caso, não é terrível o slow-play.

Como exemplo:

Você está jogando com um adversário extremamente agressivo. Você viu ele apostar nas três streets com somente ás como carta alta.

Stacks efetivos $200; blinds de $1/$2. Você recebe T T no small blind. O ultra-agressivo aumenta para $8, na posição UTG, e todo foldam até você. Você opta por apenas pagar. O flop trás T♠ 2 5.

Você passa seu oponente aposta $20. Você apenas paga. O turn trás 5♠. Você passa e seu adversário aposta $65. Você paga.

O river trás A♠. Você aposta $100, e seu oponente paga com A 4♠. Você pega o pote com o seu fullhouse.

Nesta situação, você sabe que seu oponente é ultra-agressivo. Você sabe que ele vai apostar com praticamente qualquer coisa. Ele irá construir o pote para você. Portanto, não há necessidade de aumentar e fazê-lo desistir da sua mão fraca.

Esta situação não é comum, então você tem que estar em sintonia com a dinâmica da mesa. Você precisa ter certeza de que esse oponente está disposto a continuar a apostar. Além disso, observe o exemplo em que o herói aposta no river.

É muito arriscado ir para um check-raise quando nossa mão é tão forte. E se o river for em check-check, podemos perder muito valor.

Portanto, você já sabe. Você não tem que parar o slow-play todas as vezes. No entanto, se você está tornando um hábito o slow-play todas as grandes mãos, então você está perdendo uma tonelada de valor!

Traduzido por eurrex.

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